Nós vivemos em uma cidade, andamos pelas ruas, passamos por monumentos, as vezes todos os dias, mas o que de fato sabemos sobre o lugar onde moramos? Carambeí nesse aspecto histórico tem muito a contar. A história começa lá em 1.500 quando do descobrimento do Brasil onde somente índios habitavam o imenso território.

No século XVIII com a fundação da Vila Santana do Iapó essas terras denominadas pelos índios de Carambeí “Rio das tartarugas” era uma extensa fazenda que iniciava no rio Iapó até o Pitangui, com uma casa sede entre Ponta Grossa e Castro. Em 1854 foi permutada por outra fazenda, pelos descendentes de Francisco Teixeira de Azevedo, a Sinhara de Carambeí.

Naqueles tempos, meados do século XIX, em que ainda se andava a cavalos e de carroças, habitavam essas paragens os índios, legítimos brasileiros, imigrantes portugueses e escravos africanos. Com isso nasciam mais brasileirinhos filhos das famílias de imigrantes e filhos dessa mistura de etnias.

Nesse mesmo século passaram por aqui durante um longo período os Tropeiros, tropas de animais e suprimentos conduzidas por homens que saiam da cidade de Viamão no Rio Grande do Sul e seguiam até Sorocaba. Aqui em Carambeí passavam com suas imensas tropas e pernoitavam para alimentação e descanso dos homens e animais.

O ponto de parada era na Fazenda da Sinhara, que até hoje conserva seu casarão com as características da época. Mesmo sendo Carambeí somente um corredor de passagem para o movimento Tropeiro muitos costumes destes primeiros comerciantes aqui ficaram, influenciando principalmente na culinária, vestuário, jeito de falar e no desenvolvimento do comércio.

Já no final do século XIX a Fazenda da Sinhara foi adquirida pela companhia americana Brazil Railway Company, responsável pela construção da linha férrea que acabara de construir cortando a fazenda. A companhia traçou planos de colonização para a área, pretendendo dessa forma conseguir carga para seus comboios. Foi nessa época que também vieram para essa porção de terras, imigrantes italianos e alemães.

No início da segunda década do século XX, Carambeí recebe em suas terras imigrantes holandeses que trouxeram em suas bagagens muitas histórias, seus costumes e suas experiencias com a agricultura e pecuária. Os holandeses iniciaram uma nova fase na história da cidade, através do trabalho e persistência com uso de técnicas e ferramentas trouxeram, desenvolvimento e crescimento. As famílias se instalaram no loteamento da Brazil Railway Company assinando contrato em abril de 1911 dando início ao Vila Carambehy

As famílias cresceram, tiveram seus filhos que ao longo do tempo foram formando outros núcleos familiares com os brasileiros. 

Características dos imigrantes holandeses assim como das demais etnias estão presentes no nosso dia a dia com influências na gastronomia, na cultura, nos traços físicos e em muitos outros aspectos. Carambeí é única por possuir essa maravilhosa mistura étnica na formação de sua população.

Monumentos como dos Tropeiros na rotatória do viaduto, do Arador na rotatória da rua Tibagi e o Parque Histórico, são cenas da nossa história recriada que nos fazem compreender a formação da nossa cidade e entendermos o contexto sociocultural em que vivemos. (Texto: Adalgiza Bachosky)

LOCALIZAÇÃO

O município de Carambeí está localizado na região dos Campos Gerais, no interior do estado do Paraná. Carambeí pertence à Mesorregião do Centro Oriental Paranaense e à Microrregião de Ponta Grossa. Estende-se por uma área de 649,7 km², tendo uma população estimada em 2021 de 24 225 habitantes.

A cidade tem 26 anos de emancipação político-administrativa, sendo seu aniversário comemorado no dia 13 de dezembro. Nesse mesmo mês também se comemora no dia 8 a padroeira de Carambeí, Nossa Senhora da Conceição.

Em 1996 teve sua primeira eleição para prefeito e vereadores e no dia primeiro de janeiro de 1997 iniciou uma nova fase em sua história que é tema mais de um século.